domingo, 24 de maio de 2009

A sabedoria de Merlim...


Sabe, quanto mais desperto para o fato de que viver a minha vida significa " sentir a minha vida" e não pensar ou tentar controlar; mais me surpreendo com a magia que é viver.
Passei muitos anos acreditando, como a maioria das pessoas que conheço,que viver era sinômino de expiação ( no fundo punição!), dor e sofrimento. Que era essa a " sina" da humanidade e que nada podia ser feito à respeito, exceto fazer o bem e rezar a
"Deus", para que Esse Olhasse para mim e me perdoasse pelos meus pecados.
Nunca engoli muito bem essa história toda, porque sempre acreditei em uma Força Amorosa que não pune, nem castiga. Ficava faltando porém, uma explicação para a razão de tanto " sofrer".
Lá pelos meus quinze anos de idade, passando os olhos pelas prateleiras de um sebo, me deparei com o título: " A Mente e a origem do sofrimento", era algo mais ou menos assim e falava sobre o conceito zen: " A Mente é o Todo e o Todo é a Mente".
Desse livro extraí uma frase que nunca mais consegui tirar da minha cabeça: " A origem de todo o sofrimento do homem está em sua mente, cuja mente se liga, sem ele saber, a todas as outras mentes. Tanto do que restou ( em energia) da mente dos que o antecederam, quanto de toda a humanidade".
Havia mais uma que me acompanha até hoje: " A mente faz o isolamento e a separação, mas você não está de fato separado de todo o resto. Tudo o que você vê fora é um reflexo do seu mundo interior. A paz só poderá ser encontrada quando você compreender verdadeiramente essa questão."
Um mundo novo se descortinou à minha frente. Óbvio que nos anos que se seguiram,
" esqueci" e relembrei infinitas vezes esses conceitos. Porém, ainda hoje recebo mais mais "sinais" do Universo, que me ajudam a aprofundar esses dois conceitos.
Há algum tempo atrás fui " chamada" novamente para uma prateleira de um sebo. Na verdade, eu não tinha nenhuma intenção de passar por um, naquele dia atribulado e caótico. Eu andava a passos largos, atrasada para um compromisso, quando passando por uma vitrine, "algo" em mim alertou: " Entra!". Caminhei mais uns passos: "Entra...".
Parei e voltei até aquela vitrine, era um sebo!
Entrei sem saber o que estava procurando, bem legal isso, não acha?rs
Decidi relaxar e deixar os olhos correrem, depois de uns dez minutos de busca, veio: " Esoterismo". Eu ainda pensei: " Mas há muito não leio nada desse gênero, já esgotei minha busca e saciei meu interesse!"
Repetiu!..cheguei para a atendente e disse: -" Onde está a sessão de esoterismo?"
Ela me disse: - " Aqui, bem atrás de você!"
Meus olhos foram direto para o seguinte título: " O caminho do mago" do Deepak Chopra.
Ao terminar o livro, fiquei maravilhada com o conteúdo e com a menira como ele veio parar nas minhas mãos, o livro certo, na hora certa!

Decidi compartilhar um dos trechos do livro que mais gosto:

“Todos possuímos um eu-sombra que é parte da nossa realidade total.
A sombra não está presente para magoá-lo e sim para mostrar-lhe onde você está incompleto.
Quando a sombra é abraçada, ela pode ser curada. Quando ela é curada, ela se transforma em amor.
Quando você puder viver com todas as suas qualidades opostas, você estará vivendo seu eu total como o mago.

-Você jamais parece se sentir solitário- comentou Artur. Havia uma ponta de inveja na voz do menino. O mago perscrutou-o atentamente.
- É verdade, é impossível ficar sozinho.
- Talvez para você, mas...- O menino se conteve, mordendo os lábios. Mas seus sentimentos levaram a melhor e ele desembuchou: - É bem possível sentir-se sozinho. Não há ninguém na floresta a não ser você e eu, e apesar de eu amá-lo como se você fosse meu pai, existem momentos...- Sem saber mais o que dizer, Artur parou de falar.
- É impossível alguém ficar sozinho- repetiu Merlin com mais firmeza.

A curiosidade levou vantagem sobre os sentimentos de Artur.

- Não vejo o por quê- disse ele.
-Bem, existem apenas duas classes de seres com os quais precisamos nos preocupar nesta questão- começou Merlim. –Os magos e os mortais. É impossível para os mortais ficarem sozinhos porque vocês tem muitas personalidades lutando dentro de vocês. É impossível para os magos ficarem sozinhos porque eles não tem nenhuma personalidade dentro de si.
-Não compreendo. Quem está dentro de mim mesmo?
-Em primeiro lugar, você precisa perguntar quem é essa coisa que você chama de mim mesmo. Apesar da sensação de que você é uma única pessoa, você é na verdade um composto de muitas pessoas, e suas múltiplas personalidades nem sempre se dão bem umas com as outras; aliás isso está longe de acontecer. Você está dividido em dezenas de facções, cada uma lutando para ocupar o seu corpo.
-Isso acontece com todo mundo?- indagou o menino.
- oh, sim. Enquanto você não encontrar seu caminho para a liberdade, você será mantido como refém pelo conflito existente entre suas personalidades internas. Segundo minha experiência, os mortais estão sempre deflagrando guerras interiores que envolvem todas as facções possíveis.
-Ainda assim, sinto que sou uma só pessoa- protestou Artur.
-Não posso fazer nada a respeito disso- replicou Merlim
-A sensação que você tem de ser uma única pessoa nasceu do hábito. Você poderia, com a mesma facilidade, ver a si mesmo da maneira como descrevi. Minha maneira é mais verdadeira, porque explica por que os mortais parecem tão fragmentados e conflituosos para o mago. De um modo geral, é tão desconcertante encontrar um mortal, que freqüentemente acredito que estou falando com toda uma aldeia em vez de com um único pacote de carne e osso.

O menino mostrou-se pensativo.

- Por que então eu me sinto tão solitário? Porque, Mestre, para dizer a verdade, é assim que me sinto.

Merlim olhou para seu discípulo com o9lhar penetrante.

-É de causar espanto que com todas essas pessoas lutando para ocupar seu corpo você possa em algum momento se sentir sozinho. Mas cheguei à conclusão que a solidão existe porque as pessoas existem. Enquanto existir “ eu” e “ você”, haverá um sentimento de separação, e onde existe a separação existe necessariamente o isolamento. O que é a solidão senão outro nome para o isolamento?

-Mas sempre haverá outras pessoas no mundo- protestou Artur.
- Você está certo disso? – replicou Merlim- Sempre haverá pessoas, isso é inegável, mas serão elas sempre “outras pessoas”?



COMPREENDENDO A LIÇÃO

Se você olhar atentamente para dentro de si, encontrará muitas personalidades competindo para usar seu corpo. Por exemplo, o conflito entre o bem e o mal dá origem a duas personalidades chamadas “ santo” e “pecador”. Elas nunca param de discutir; um dos lados espera eternamente ser suficientemente bom para satisfazer a Deus, e o outro sente eternamente impulsos “ maus” que nem sempre podem ser reprimidos.
A seguir estão os papéis com os quais você se identifica-* filho, pai, irmão, irmã, homem, mulher, sem falar na sua profissão: médico, advogado, padre, assistente social infantil, e assim por diante. Cada um desses fez uma reivindicação dentro de você, elevando a voz acima da dos outros a fim de apresentar um limitado ponto de vista. Repare que nem mesmo tocamos no seu senso de nacionalidade e identidade religiosa- esses sozinhos podem causar infinitos problemas.
Essas personalidade estão geralmente em conflito. O que chamamos de felicidade é um estado no qual grande parte desse conflito desaparece. Quando você nasceu não havia uma guerra dentro de você, porque os bebês não estão em conflito por causa de seus desejos. As vozes do bem e do mal, por exemplo, são inexistentes até o bebê ter idade suficiente para assimilar esses conceitos dos seus pais.

- Você não pode se tornar um mago enquanto não pensar novamente como um bebê- declarou Merlim.
- Como é que um bebê pensa? – perguntou Artur.
- Basicamente sentindo. O bebê sente quando está com fome ou com sono. Quando as sensações são apresentadas a ele, o bebê é capaz de sentir se elas lhe trazem prazer ou dor, e ele reage em conformidade com o que sente. O bebê não se sente inibido por desejar o prazer e querer evitar a dor.
- Não vejo nada de especial nisso- disse Artur. – Os bebês apenas choram, riem, comem e dormem.
- Muitos mortais teriam, sorte se fizessem isso depois de adultos- murmurou Merlim. – estar aqui neste mundo num estado de contentamento é uma verdadeira realização.

O instinto inocente do bebê recém-nascido a respeito do que parece bom ou mau rapidamente se perde. Começam a surgir vozes dentro dele; no início, a voz da mãe dizendo “ sim” e “ não”, “ bebê bom” e “ bebê mau”. Quando sim, não, bom e mau estão em concordância com o que o bebê quer, não existe dano. Mas inevitavelmente acaba surgindo um conflito entre as necessidades do bebê e o que seus pais esperam. O mundo interior e o exterior começam a colidir. Em breve são semeadas as sementes da culpa e da vergonha; o temperamento destemido do recém-nascido é manchado pelo medo. O bebê aprende a duvidar de seus instintos. O impulso interior de “ É isso que eu quero” se transforma na pergunta: “ É aceitável que eu queira isso?”
Passamos a vida nos esforçando para voltar ao estado de auto-aceitação no qual naturalmente nascemos. Durante anos as perguntas se multiplicam, e empurramos nas cavernas secretas e nos porões escuros da psique a maior quantidade possível de dúvidas, vergonhas, culpa e medo. Esses sentimentos permanecem vivos, por mais profundamente que os enterremos. Todos os conflitos internos que temos tanta dificuldade em conciliar reduzem a um eu-sombra.

- Sua corte é muito interessante- comentou certa vez Merlim com Artur, depois de este se tornar rei.- Eu não percebera que vocês, mortais, tem todos o mesmo emprego.
- É mesmo?- perguntou Artur. – E qual é ele?
- Carcereiro- replicou Merlim, recusando-se a falar mais sobre o assunto.

Aos olhos do mago, somos todos carcereiros do nosso eu-sombra. A mente inconsciente é a prisão onde energias indesejáveis estão encarceradas, não por imposição, mas por terem sido marcadas por anos de sim e não, bom e mau.

O eu-sombra é apenas outro papel ou identidade que trazemos conosco, mas nós não o apresentamos em público. Na maior parte do tempo, o eu-sombra está excessivamente confuso e amedrontado para ser mostrado à luz do dia. Mas não existe nenhuma dúvida de que ele existe, pois cada um de nós inventou a própria sombra, uma persona cuja tarefa é conduzir todas as energias das quais não conseguimos nos descartar. Para o recém-nascido, o problema de se agarrar a sentimentos “ maus” ou pouco saudáveis não existe. No instante em que você lança algo negativo no ambiente do bebê, ele chora e se afasta.
Essa é uma reação extremamente saudável, porque ao se expressar tão livremente, o bebê é capaz de livrar-se de energias que de outra maneira se agarrariam a ele. Quando crescemos, contudo, aprendemos que nem sempre é apropriado nos entregarmos a esse tipo de manifestação espontânea. Em nome da polidez e do tato, de conhecermos nosso lugar, ou ainda de fazer o que nossos pais mandaram, cada um de nós aprendeu a se agarrar a energias negativas. Nós nos tornamos baterias com uma vida útil cada vez maior, até que agora, como adultos, nos agarramos a uma raiva, ressentimento, frustração e medo com anos de existência. O pior de tudo é que nos esquecemos do instinto de descarregar nossas baterias."


* O termo " mago" refere-se ao homem que vive segundo seu " Eu Interior".
" Mortais" aqueles que vivem segundo a mente que é limitada e que está baseada apenas naquilo que vê, controla e compreende.

Um abraço grande,

Adely

domingo, 17 de maio de 2009

O poder do cativeiro


Passeando outro dia sem rumo pela internet, encontrei um artigo sobre o comportamento dos animais em cativeiro e a aparente perda do contato com os instintos.
Comentava sobre a depressão, a perda do apetite, a dificuldade na reprodução, o alto índice de abortos espontâneos em algumas espécies e tudo mais o que já sabemos: “bicho foi feito pra viver em liberdade!”.
Terminei de ler o texto e fiquei ali, sozinha e em silêncio, deixando a mente correr solta e atenta aos meus sentimentos, esperando que meu “ Eu Interior” me mostrasse a razão pela qual cheguei “ ao acaso”( ele não existe!) nessa página.
Refleti sobre meu desconforto durante as visitas com meu filho ao zoológico, sobre minha relação com a natureza e especialmente com os animais de quatro patas e isso inevitavelmente me levou a recordar minha infância.
Meus pais se separaram quando eu tinha cinco anos de idade. Fiquei oito anos sem contato com meu pai e minha mãe lutava muito para me criar sozinha e eu tinha a completa consciência disso: eu nasci velha! Nenhum sentimento, ou estado de ânimo passava despercebido, talvez por isso “cresci” muito rápido e fiz o máximo que pude para mostrar que era capaz de me “ virar sozinha”. Assim, com seis anos, eu passei a voltar da escola e a ficar sozinha em casa, até a noite quando ela voltava do trabalho. Minha única exigência era ter três gatos!
Para aqueles que ainda acreditam que os gatos são bichos traiçoeiros ou que não possuem sentimento algum pelas pessoas, afirmo que isso é uma grande bobagem! Quem se permitiu conhecê-los sabe que são seres dóceis e companheiros. Talvez o desafio esteja no fato deles constantemente nos ensinarem sobre o “respeito ao tempo do outro” e sobre a importância de estarmos constantemente ligados ao nosso próprio tempo.
É verdade que os gatos não fazem nada que não queiram, mas, é verdade também, que são profundamente atentos ao nosso estado de ânimo: um gato sempre sabe quando seu dono está carente ou desanimado!
São seres individualistas sim, mas vivem muito bem em comunidade.
E apesar de parecerem animais domésticos, preservam-se “selvagens” ( no melhor sentido da palavra!) e livres.
Talvez por isso o “cativeiro” pareça não existir para eles, assim como sinto que hoje não existe para mim também: apesar de me sentir comprometida com o meu trabalho e com os vários aspectos da minha vida particular, não me sinto aprisionada por nada. Sinto-me livre para refazer escolhas a qualquer momento, e isso é extremamente confortável.
Lembrei das fases da minha vida em que me acreditei presa a um “cativeiro” e da minha incapacidade de perceber que o cativeiro era uma escolha. Havia muitas outras escolhas disponíveis a todo o momento, mas, eu só conseguia fazer as escolhas “programadas” , ou seja, aquelas que me ensinaram a ter.
E assim, girava como um “cão em torno do rabo”, refazendo histórias de dor e infelicidade.

Diferentes dos animais irracionais que não possuem muitas escolhas, nós somos apenas reféns de nós mesmos, não tenho dúvida alguma sobre isso!
Obviamente que temos sempre uma longa lista de desculpas que pareçam justificar a nossa permanência no cativeiro. No fundo, porém, sabemos que são apenas desculpas.
Li uma vez, sobre uma experiência que fizeram com um cão em uma jaula. O chão da jaula era de metal e colocaram vários pontos que quando ativados disparariam pequenos choques nas patas do animal.
Ativaram o lado direito e o cão assustado pulou para o esquerdo e correu em direção à porta da jaula. Ativaram o esquerdo e o cão pulou para o lado direito e em direção a porta. Passados alguns dias, ativaram os dois lados ao mesmo tempo, o cão rodopiou de um canto a outro apavorado. Repetiram a experiência por vários dias e o cão começou a parecer não se importar mais com o incômodo provocado pelos choques em suas patas. Passou a ficar deitado recebendo os choques.
Perceberam que o cão foi ficando deprimido, com aquele olhar vago, até que um dia decidiram ativar os choques dos dois lados e abrir a porta da jaula, o cão permaneceu imóvel, mesmo com a jaula aberta.
Concluíram que os animais , assim como nós, acabam se acostumando com a violência e com a dor.
Talvez por essa mesma razão, tenhamos a tendência de não perceber a possibilidade de novas escolhas, sempre à nossa disposição.
Sinto que quando nos acostumamos com a dor, passamos a duvidar da vida e da possibilidade de acontecimentos positivos e alegres.
Passamos a preferir a dor que conhecemos à dor desconhecida.
Perdemos a fé na possibilidade de uma vida nova por detrás da porta da jaula. Perdemos a fé na capacidade de fugir, das nossas pernas e pés.
Parece faltar-nos a energia necessária para sair do lugar, mas nas profundezas do nosso ser sempre há um reservatório infinito de energia à nossa disposição, para isso basta apenas um passo: um “não”, um “chega” ou “não quero mais”.
Lembre-se de que “cativeiro” é tudo aquilo que nos rouba o que nos é mais precioso e vital. Que nos traz a seguinte sensação: “Não sei por que não consigo sair daqui.”, ou, “Não sei por que agüento tudo isso”.
Você pode jurar que a razão está no fato de pensar nos outros ou de não se crer capaz de dar um novo passo. Não importa! O fato é que a chave da jaula está ao seu alcance.
Quando falo em fazer novas escolhas ou abrir a jaula e correr para longe, estou me referindo a começar um movimento de mudança interior: novos posicionamentos, novas perspectivas, novos comportamentos, novas reações, já que a jaula é um fator interno.
A jaula é na maior parte das vezes fruto do nosso descaso para conosco, das frases não ditas, do “deixa pra lá”, da falta de postura e de atitude, da mania de querer carregar o mundo nas costas..
É claro que algumas jaulas externas também existem: relacionamentos destrutivos e violentos, empregos que escravizam, amizades erradas, laços familiares que são como tumores enraizados; e sem dúvidas algumas vezes o rompimento e o afastamento físico são necessários. Tratar das feridas posteriores é mais necessário ainda!
Se você se sente completamente distante de “ tudo aquilo que um dia foi”, ou que sonhou em ser, se está deitado entregue ao próprio “ destino” sem ao menos perceber mais a dor e o desespero, chegou a hora de olhar para tudo aquilo que o aprisiona. Tenho certeza de que se olhar bem verá que a jaula é feita de papelão e que a porta que parece existir está há muito tempo aberta, esperando por seus passos.
Uma dica de quem já derrubou muitas jaulas de papelão: preste atenção em um gato pressentindo um acontecimento. Você o verá farejando o ar, as orelhas estarão atentas virando para todos os lados, os músculos prontos para saltar e correr, os pés estarão firmes no chão e o olhar já terá detectado nessa fração de segundos, a melhor rota de fuga.
Com certeza nesse momento o gato não pensará nas conseqüências da sua fuga, se irá deixar algo caído ou quebrado, se conseguirá escapar ou não, nem irá querer saber o que as pessoas acharão disso, ele apenas correrá em busca de segurança.
Alguns momentos da vida exigem isso, calar a mente e deixar o corpo fugir.
Só mais uma coisa: as jaulas geralmente se disfarçam de SEGURANÇA, esteja atento, e ao invés de “SEGURANÇA” experimente buscar conforto, bem-estar, prazer, alegria, aconchego e amor-próprio! Claro que tudo isso acaba se traduzindo numa sensação magnífica de segurança natural, mas aquilo que chamamos de “Segurança”, acaba na maior parte das vezes, nos custando a própria “pele”.
Sinceramente? Aprendi com os bichos uma coisa que procuro ensinar também ao meu “filhote”: SOFRER NÃO É BOM, NEM FAZ BEM!”.
Aventure-se a imaginar-se livre das jaulas, deixe-as para trás se preciso for, mas lembre-se de cuidar daquilo que em você as criou. Se não for assim, você apenas mudará as jaulas de endereço.

* Dedico esse texto aos “ meninos e meninas” que fazem parte da minha estrada e que insistem em acreditar que as jaulas não são de papelão.
Lembrem-se também de que não adianta apenas ter a coragem necessária para correr para fora da jaula, é preciso “ sustentar” a fuga e a vida nova lá fora.

Um abraço fraternal,

Adely